segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Reflexão

Quer saber de uma coisa? Todo mundo tem medo, uns têm medinhos, outros medões, mas no fundo tudo é medo puro e simples. Sentimos medo de manhã, às vezes à tarde e muito mais à noite, não necessáriamente nessa ordem.
        Medo de não ver o pôr do sol, de não poder ir à praia no domingo, de jogar a bola para fora do gol, da areia quente, de que o chope esquente ou a onda se arrebente.
       Medo de cair, de sair, de se divertir, da felicidade, da fatalidade, da bala perdida, da fome, de ter e de perder, seja lá o que for!
      Medo de trair e ser traído, de perder o grande amor, de amar e não ser amado, de dizer adeus, de partir, de mudar, de renovar, de dizer eu te amo!
      Medo da morte: a sua, a do seu amigo, a do seu filho e  a dos seus pais.
      Medo de esqueçer o que foi bom, de enlouquecer, de não viver, do prazer, do querer sempre maise nunca mais parar de querer.
      Medo de envelheçer, das rugas, dos cabelos brancos, da osteoporose, da menopausa, da calvície, de virar pó e da certeza de que a vida é uma só.
     Medo de experimentar coisas novas, umas melhores e outras piores, mas o que vale é o movimento, somenteo que está morto não se move.
     Medo de olhar o espelho, do fracasso, da decadência, da não reação, do marasmo, da acomodação.
     Medo de falar a verdade, de não ter verdades pelas quais lutar, de magoar, de brigar, de perdoar.
     Medo da solidão, da rejeição, do telefone que não toca, da palavra não dita, do "mico" não pago, da alucinação da paixão, do beijo não roubado, da dor do amor não correspondido, das velas não apagadas, do grito não ecoado depois do sexo em perfeita comunhão.
     Medo da diferença, da indiferença, da arrogância, do desprezo, da ignorância, do preconceito, do policamente correto, do jeitinho brasileiro, da corrupção [....]
    Medo da responsabilidade, da liberdade, da igualdade, da fraternidade, do recomeço, de cantar, de dançar, das crenças, das encrecas, de dar e receber opinião, de ter voz e voto, de não ter voz e voto [...]
    Medo de errar, de não ter o que dizer, de falar demais, de se calar diante da covardia, de engoliro choro da emoção, de não crer e não ter fé em Deus, em si e na vida.
    Medo de pensar "inho" e acabar tendo uma vidinha cercada de gentinha, de perder o emprego, de nunca mudar de emprego por puro medo da mudança, medo da mediocridade e da maldade.
    Medo da ditadura, do neoliberalismo, do comunisco, do nazismo,..., do vandalismo, da escravidão, da sofreguidão, da falta de poesia, da realidade nua e crua.
    E,por fim, o medo de não ter coragem para enfrentar tudo isso, mesmo que isso não tenha fim....

                                                  Ana Beatriz Barbosa Silva ( Mentes Ansiosas - Medo e ansiedade além dos limites)